Is There Any Way to Implement RFID in Flexible Packaging?

NULL
Published: July 24, 2015

O RFID CoE (Center of Excellence), sediado em Sorocaba (SP), desenvolveu uma nova solução para identificação por radiofrequência (RFID) que pode ser a primeira de seu tipo em todo o mundo, graças à grande flexibilidade e potencial de personalização mesmo sendo oferecida para uma grande quantidade de usuários. Batizado como RFIDaaS ou RFID as a Service (RFID como Serviço), o projeto foi concebido para tornar a tecnologia mais acessível a um número maior de empresas, com investimentos menores e escalável.

“Existem muitos sistemas RFID no mundo para rastreabilidade de itens com hospedagem na nuvem. Porém, não é de conhecimento nosso nenhum sistema que tenha o mesmo propósito e capacidade do RFIDaaS, como criamos”, diz Armando Lucrecio, M.Sc. e gerente do RFID CoE. A novidade é o grau de flexibilidade para geração de soluções personalizáveis por meio desta plataforma.

A fábrica de impressoras da HP Brasil é a primeira a testar a solução, apresentada com exclusividade no RFID Journal LIVE! Brasil 2013 e que agora será exposta nos Estados Unidos, durante o RFID Journal LIVE! 2014, que acontece de 8 a 10 de abril em Orlando, nos EUA. Esta será a primeira vez que um instituto brasileiro terá um estande no maior evento de RFID do mundo.

Por meio da plataforma os dados coletados a partir de cada tag lida são carregados na nuvem e, em seguida, exibidos dentro de um ou dois segundos em um notebook ou outro dispositivo móvel, como um tablet ou smartphone.

O RFID CoE planeja desenvolver ferramentas que possam ser executadas nesta infraestrutura, para permitir às empresas usuárias criar soluções personalizadas. Um cliente do sistema poderia, por exemplo, criar um aplicativo para comparar os pedidos feitos contra as tags lidas dos produtos já embalados e alertar um funcionário via mensagem de texto, se o pedido tiver algum erro de separação dos produtos.

A solução de cloud computing (computação em nuvem, ou seja, sob demanda pela internet) desenvolvida pelo RFID CoE está sendo usada pela fábrica da HP para agregar os dados de produção dos itens que possuem etiquetas RFID, como impressoras, cartuchos e toners. Esses dados são armazenados na nuvem, totalizando 39 milhões de registros, de acordo com a empresa.

O agrupamento de dados fornece informações gerenciais, como rastreabilidade do produto, tempo de produção, tempo de estocagem, quantidade em estoque e vazão dos produtos. Por estarem hospedadas em um ambiente de nuvem, as informações são acessíveis a qualquer momento, de qualquer lugar. Porém, neste caso, com grande potencial para geração de ferramentas extremamente customizadas, segundo Lucrécio.

A RFIDaaS foi concebida como uma plataforma de aplicações para RFID na nuvem, capaz de oferecer serviços para diversas empresas simultaneamente, sob demanda. Por meio de um mecanismo de configuração de funcionalidades simplificado, cada empresa cliente, chamada de tenant, pode utilizar a plataforma com base em suas demandas específicas, a cada momento.

“Os principais benefícios”, diz Lucrecio, “estão relacionados com a visualização, produção e armazenamento do produto que tem etiquetas RFID embutidas na já linha de montagem. Isso é possível, porque esta solução auxilia no processo produtivo e oferece melhor visibilidade aos gestores das operações”.

Segundo ele, alguns exemplos de relatórios que podem ser gerados pela plataforma RFIDaaS são:
– Tempo produção de um item
– Quantidade de produtos por localização (estoques)
– Relatório de rendimentos
– Relatório de falhas
– Rastreabilidade dos itens
– Relatório de movimentações (entre as estações de produção e estoques)
– Relatório de produtos com baixa vazão

Apesar de a solução ser baseada em uma plataforma de serviços, nada impede que uma empresa cliente adicione novos relatórios à ferramenta de modo customizado. “Isto é possível porque as funcionalidades do sistema são específicas para cada empresa”, relata.

Os desafios para adoção da solução são os mesmo enfrentados pelos softwares vendidos como serviço (SaaS ou Software as a Service): o principal deles é a necessidade de romper com o mito de que as soluções externas à corporação não são seguras. “Atualmente a maioria das grandes empresas proíbem que dados sensíveis fiquem disponíveis fora da infraestrutura da corporação”, explica Lucrecio. “Outro grande desafio é a qualidade do serviço da internet oferecido no Brasil, que ainda precisa ser melhorado. Para que uma solução computacional baseada em nuvem apresente uma boa experiência ao usuário, é fundamental que o serviço de internet oferecido seja de alta qualidade”.

Apesar de importantes, há mudanças ocorrendo na indústria de TI que tendem a minimizar estes desafios. Uma tendência mundial é a migração de softwares corporativo para a nuvem, sendo comercializados como serviço, o que já está sendo feito, por exemplo, pela SAP e Microsoft.

“Segundo o IDC, em 2014, 16% dos software serão vendidos como SaaS”, afirma Bruno Dias Leite, analista de sistemas do RFID CoE. “A mudança de mentalidade associada a práticas efetivas para aumento da segurança das aplicações e melhoria dos serviços de internet no país serão decisivos para a adoção em larga escala de soluções deste tipo, incluindo a nossa”.

A RFIDaaS está instalada na plataforma HP chamada HPCS. “Atualmente este serviço da HP é private beta, porém nossa plataforma foi construída para executar em qualquer PaaS [Platform as a Service ou Plataforma como Serviço] disponível no mercado, como Azure, Amazon, Google App Engine etc.”, acrescenta Leite.

Qualquer empresa que possui produtos com tags RFID e deseja realizar rastreamento em tempo real pode utilizar a solução RFIDaaS. “Como é oferecida como serviço, não é necessário nenhuma instalação de software na empresa cliente”, diz Lucrecio. “A RFIDaaS pode ser acessada pela maioria dos dispositivos móveis e computadores pessoais, como Android, iPhone e Windows”. Diferente de uma solução in-house, a RFIDaaS elimina investimentos em servidores, terminais e principalmente na infraestrutura de TI necessária para manter o funcionamento ininterrupto.